sábado, 19 de março de 2011

A Marca do Menino Sábio




Numa determinada escola havia um menino com uma cicatriz muito feia em seu rosto, o que fazia com que todas as outras crianças ficassem com medo e nojo, deixando-o sempre sozinho pelos cantos. Assim como, às vezes, o menino não aguentava mais de tanta humilhação e solidão, assim também os outros alunos não aguentavam mais olhar para aquela “tal coisa horrenda”. Dessa forma, decidiram levar o caso até à diretoria, pedindo o afastamento daquele menino, com a justificativa de que estavam ficando traumatizados e com medo de irem para escola. Contudo, o diretor disse que não poderia afastar o garoto, mas que iria tentar solucionar o problema. 

Depois de muito pensar, o diretor decidiu chamar o menino e o professor da classe. O garoto ouvia tudo, percebendo as desculpas que estavam sendo dadas. E após o pedido para que não ficasse triste por ter que se sentar na última carteira do canto direito, para que sua cicatriz ficasse virada para parede, e ser o último da fila ao entrar em sala de aula, o garoto resolveu se manifestar:
_ Tudo bem, diretor! Eu até que entendo... Mas eu poderia fazer um pedido?
_ Claro que sim! Respondeu o diretor.
_ Eu poderia antes de tudo isso, falar pela última vez com os meus “amigos” de sala? Prometo que nunca mais vou me dirigir a nenhum deles e vou tentar esconder ao máximo que puder, essa “coisa” que tanto as pessoas repudiam.

Assim, o diretor e o professor acompanharam o menino até sua sala e pediu total silêncio, permitindo que aquela criança de apenas 9 anos pudesse falar:

_ Sabe, turma! Eu até que entendo a atitude de vocês. Mas gostaria que me ouvissem pela última vez. Eu não sei como são as coisas na casa de vocês, mas na minha casa as coisas sempre foram muito difíceis. Minha mãe sempre teve que trabalhar fora para sustentar meus irmãozinhos e eu, já que meu pai vivia embriagado.
Um dia ela saiu para fazer a limpeza na casa de uma madame. Como sempre, eu e meus imãozinhos ficamos em casa, cuidando de tudo até ela chegar. E além de ter que cuidar de nossa casa e da gente também, ainda tinha que suportar os desaforos de meu pai.
Nesse dia, quando ela chegou, percebeu que a minha irmãzinha de apenas três meses estava com muita febre e foi até a farmácia buscar algum remédio. Nesse meio tempo que ela saiu, meu pai chegou embriagado, meio que louco, mas logo acendeu uma vela, já que nossa luz vivia cortada, e foi se deitar.
Logo que minha chegou, percebemos que a nossa casa velha estava pegando fogo. Minha mãe gritou por meu pai, pegou meus dois irmãozinhos e pediu para meu pai pegar minha irmãzinha Karina. Eu saí ajudando minha carregar meus irmãos e, lá fora, percebemos que meu pai não havia saído com a bebê. Minha mãe gritava, mas o povo já reunido não permitia que ela entrasse. Então eu corri muito e consegui ultrapassar todas as barreiras. Não vi meu pai, mas consegui ainda retirar Karina.
Só restaram as cinzas e essa cicatriz em meu rosto. E do meu pai ninguém sabia. Nada foi encontrado pelos bombeiros. Depois de alguns meses, quando todos pensavam que ele também fazia parte das cinzas, ficamos sabendo que ele havia fugido naquela noite sem tentar salvar minha irmã. Daí, até hoje eu fico me perguntando: Será que ele não acendeu aquela vela de propósito, quando minha mãe não estava em casa? Mas esta é uma pergunta que eu guardo pra mim, e não tenho coragem de fazer para minha mãe, pois ela já sofreu muito nesse mundo. Um dia, quando eu for gente grande, quem sabe não consigo encontrar a resposta?

Neste instante, alguns alunos e os mestres não conseguiram conter as lágrimas. E o menino continuou... agora com um profundo olhar de determinação:
_ E olhem! Olhem bem para essa marca em meu rosto que vocês costumam chamar de cicatriz; olhem para essa marca que muitas vezes ouvi vocês chamando de “coisa feia e nojenta”. Olhem enquanto puderem para nunca se esquecerem da história da minha vida. Pois essa “coisa feia e nojenta” não é uma cicatriz! É uma marca... a marca do amor. E gostaria que soubessem, que em momento algum, o nojo e o medo que sentiram de mim, conseguiu abalar o meu interior, pois sabia que ao chegar em casa, minha família estaria de braços abertos à minha espera. E justamente nessa marca que vocês chamam de “coisa feia e nojenta”... de cicatriz... é que recebo todos os dias os beijos de minha irmãzinha Karina, como prova de reconhecimento e de amor.
Assim, quero que saibam que não me importo com o que vocês pensam de mim, porque no fundo, no fundo, eu sei que sou amado e que essa tal “coisa feia e nojenta” fez com que eu mesmo percebesse a grande pessoa que Deus fez de mim. E é isso que me basta.
Há mais de dois mil anos, pessoas assim como vocês tentaram fazer cicatrizes num Homem chamado Jesus Cristo. Vocês conhecem esse Homem?

Alguns balançaram a cabeça afirmando. E prosseguiu – mais determinado ainda:


_ Conhecem mesmo? Então, para os que não conhecem vou dizer uma coisa; e para os que disseram conhecer, vou refrescar a memória: Há mais de dois mil anos tentaram fazer Nele cicatrizes pelo corpo e marcas pela alma. Mas o que aquela gente não sabia, era da superioridade daquele Homem, sobre coisas tão bobinhas como essas; o que aquela gente boba não sabia, era que aquele Homem era o Filho de Deus. Ele foi tão superior, que aquelas marcas eram nossas, mas Ele pulou por cima da gente para nos proteger, ficando com todas as nossas cicatrizes, assim como eu fiz com minha irmãzinha. E essa marca que vocês estão vendo aqui, assim como as de Jesus Cristo, é também a marca do amor.
O silêncio permaneceu e o menino se dirigiu até a última carteira do lado direito e ali, agora calado, sentou-se. Mas foi a última vez que o viram naquela sala.

Anos e anos se passaram... e o professor, agora idoso, sem entender tais procedimentos para que aquilo tudo tivesse ocorrido, fica anestesiado ao assistir uma reportagem sobre um cirurgião plástico, milionário, que dedicava grande parte de seu tempo em retirar cicatrizes e determinadas anomalias de crianças carentes. Logo ele, que nunca havia usados máscaras para cobrir sua cicatriz; agora usava para praticar o bem. Possivelmente, o diretor e alguns daqueles alunos também tenham assistido e se lembrado do menino que carregava não uma cicatriz ou alguma “coisa nojenta”, mas uma grande marca do amor.

Para você que esteja lendo esta mensagem nesse momento, saiba que muitas vezes estamos prontos a abrir cicatrizes nas pessoas. Não falo de cicatrizes visíveis, mas daquelas que nossos olhos não são capazes de enxergar; seja com palavras, com gestos ou através de nossas ações.

Apesar de Jesus ter ficado com nossas cicatrizes para nos proteger, como prova do amor de Deus por nós, ainda sim, da mesma forma que fazemos com as pessoas, através das palavras gestos e ações, também são meios para tentar abrir cicatrizes Naquele que doou sua vida por amor a todos nós. Precisamos estar sempre atentos a isso.E se por um acaso, possua alguma cicatriz, seja ela qual for, e por que motivo seja, lembre-se que Nosso Senhor Jesus Cristo te ama não pelo que você tem, mas sim pelo que você procura ser.

Nunca se esqueça disso: Deus está constantemente no controle... 

Louvado seja, o Nome de Nosso Senhor Jesus Cristo.

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