terça-feira, 29 de maio de 2007

A HORA E A VEZ DA ÁGUIA

Em nossa vida, muitas vezes, temos de nos resguardar por algum tempo e começar um processo de renovação. Para que continuamos a voar um vôo de vitória, devemos nos desprender de lembranças, costume, velhos hábitos que nos causam dor. Quando entendemos que Jesus Cristo é a melhor solução, nossos olhos se abrem e o Espírito Santo nos revela os nossos defeitos e pecados que cometemos contra o nosso Deus e coloca em nosso coração a necessidade de termos que nos renovar. Somente livres do peso do passado, e de nossos pecados é que podemos aproveitar o resultado valioso que a renovação através do sangue de Cristo Jesus, sempre nos traz.
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Temos que passar por um doloroso e demorado tratamento, arrancando de uma vez por todas os nossos defeitos como a inveja, a ansiedade, a falta com o próximo, a arrogância, o egoísmo, o nosso pecado e falta de compromisso com Deus, e tantos outros inúmeros defeitos, que para arrancá-los de nós também nos trazem dores e feridas, e depois outro tempo para tratamento e cura de nossas feridas, como traumas, falta de perdão, medo, tristeza, infidelidade, vícios, doenças, vontade de morrer, raiva, e outras inúmeras feridas, que não caberiam nesta página.
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JESUS CRISTO veio para nos curar, nos libertar, e o seu tratamento é constante dia após dia, e com o tempo ele vai nos renovando, através de nossa fé. Deus prometeu aos homens de que quando buscamos o arrependimento e a obedecemos a doutrina de seu filho JESUS CRISTO, ele nós perdoa de todos os nossos pecados e de nossas falhas, e nunca mais se lembrará deles, tirando todo o julgo, todo o peso de nossos ombros, de nossa mente e de nosso coração, assim podemos ser mais felizes, e mais convictos de que estamos mais perto dele, livres e libertos para que possamos voar e subir ao céu ao seu encontro. Renovados, limpos, santos, estaremos prontos para viver eternamente ao lado de Deus.

"Se alguém está com Cristo é uma nova criatura: as coisas velhas já passaram, eis que tudo se fez novo" (2 Corintios 5.17)

A construção da nova civilização no Terceiro Milênio passa por um gesto de extrema coragem. A coragem de fazer caminho onde não há caminho. Já e agora. Em momentos cruciais, da prova maior, onde vamos inspirar-nos? De que fundo vamos tirar os materiais para a nova construção?
Devemos imbuir-nos da esperança de que o caos atual prenuncia uma nova ordem, mais rica e promissora de vida para todos. Bem versejava Camões (534-1580):

“Depois de procelosa tempestade
Soturna noite e cibilante vento
Traz a manhã serena claridade
Esperança de porto e salvamento”.

Mas para que esse salvamento ocorra, precisamos ter bem clara a convicção de que este futuro necessário não se fará a partir dos princípios que organizaram o passado. Foram eles que levaram ao impasse atual. Quem ainda persiste em neles crer, labora num profundo equívoco. E desta vez não há tempo para ensaios, equívocos e erros. Pois não haverá possivelmente tempo para correções.
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Em contextos assim devemos recorrer às grandes metáforas, cujo sentido emerge cristalino. Voltamos a contar a história de um educador e líder político da pequena república de Gana, na África Ocidental, James Sggrey (+ 1927):

“Era um vez um camponês que foi à floresta vizinha apanhar um pássaro para mantê-lo cativo em sua casa. Conseguiu pegar um filhote de águia. Colocou-o no galinheiro junto com as galinhas. Comia milho e ração própria pra galinhas. Embora a águia fosse o rei/a rainha de todos os pássaros.
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Depois de 5 anos, este homem recebeu em sua casa a visita de um naturalista. Enquanto passeavam pelo jardim, disse o naturalista:
- Esse pássaro aí não é galinha. É uma águia.
- De fato – disse o camponês. É águia. Mas eu criei-a como galinha. Ela não é mais uma águia. Transformou-se em galinha como as outras, apesar das asas de quase três metros de envergadura.
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- Não – retrucou o naturalista. Ela é e será sempre uma águia. Pois tem um coração de águia. Este coração a fará um dia voar às alturas.
- Não, não – insistiu o camponês. Ela virou galinha e jamais voará como águia.
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Então decidiram fazer uma prova. O naturalista tomou a águia, ergue-a bem alto e desafiando-a disse:
- Já que você de fato é uma águia, já que você pertence ao céu e não a terra, então abra suas asas e voe!
A águia ficou sentada sobre o braço estendido do naturalista. Olhava distraidamente ao redor. Viu as galinhas lá embaixo, ciscando grãos. E pulou para junto delas.
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O camponês comentou:
- Eu lhe disse, ela virou uma simples galinha!
- Não – tornou a insistir o naturalista. Ela é uma águia. E uma águia será sempre uma águia. Vamos experimentar novamente amanhã.
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No dia seguinte, o naturalista subiu com a águia no telhado da casa. Sussurrou-lhe:
- Águia, já que você é uma águia, abra suas asas e voe!
Mas quando a águia viu lá embaixo as galinhas, ciscando o chão, pulou e foi para junto delas.
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O camponês sorriu e voltou à carga:
- Eu lhe havia dito, ela virou galinha!
- Não – respondeu firmemente o naturalista. Ela é águia, possuirá sempre um coração de águia. Vamos experimentar ainda uma última vez. Amanhã a farei voar.
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No dia seguinte, o naturalista e o camponês levantaram bem cedo. Pegaram a águia, levaram-na para fora da cidade, longe das casas dos homens, no alto de uma montanha. O sol nascente dourava os picos das montanhas.
O naturalista ergueu a águia para o alto e ordenou-lhe:
- Águia, já que você é uma águia, já que você pertence ao céu e não à terra, abra suas asas e voe!
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A águia olhou ao redor. Tremia como se experimentasse nova vida. Mas não voou. Então o naturalista segurou-a firmemente, bem na direção do Sol, para que seus olhos pudessem encher-se da claridade solar e da vastidão do horizonte.
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Nesse momento, ela abriu suas potentes asas, grasnou com o típico Kau-Kau das águias e ergueu-se, soberana, sobre si mesma. E começou a voar, a voar para o alto, a voar cada vez para mais alto. Voou... Voou... até confundir-se com o azul do firmamento...

E terminou conclamando:

"Irmãos e irmãs, meus compatriotas! Nós fomos criados à imagem e semelhança de Deus! Mas houve pessoas que nos fizeram pensar como galinhas. E muitos de nós ainda acham eu somos efetivamente galinhas. Mas nós somos águias. Por isso, companheiros e companheiras, abramos as asas e voemos. Voemos como as águias. Jamais nos contentemos com os grãos que nos jogarem aos pés para ciscar”.

Ai de quem deixa morrer a águia dentro de si ou permite que ela se transforme numa galinha! Ou indiferentemente aceita que uns poucos se organizem para reduzir todos a simples galinhas. Somos águias feitas para as alturas!
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(BOFF, Leonardo. O despertar da águia. O dia-bólico e o sim-bólico na construção da realidade: A hora e a vez da águia. Petrópolis: Vozes. 1998. p.p 39-43)

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